O inquérito que apura a suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal será prorrogado por mais 90 dias. A decisão foi tomada nesta sexta-feira (7/1) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, responsável pelo inquérito. As apurações investigam declaração feita pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro. De acordo com Moro, Bolsonaro queria ter alguém do "contato pessoal dele [na PF] para poder ligar e colher relatórios de inteligência".
Os atuais prazos de investigação seriam encerrados em 27 de janeiro e a prorrogação contará a partir desta data, segundo despacho do ministro. "Considerando a necessidade de prosseguimento das investigações e a existência de diligências em andamento, nos termos previstos no art. 10 do Código de Processo Penal, prorrogo por mais 90 (noventa) dias, a partir do encerramento do prazo final anterior (27 de janeiro de 2022), o presente inquérito", disse ele.
No final do ano passado, a Procuradoria-Geral da República, em manifestação enviada ao STF, considerou "conveniente" anexar ao inquérito declarações prestadas por Bolsonaro ao jornal Gazeta do Povo. Na entrevista, segundo o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, o mandatário admitiria interferência no órgão policial.
"Tendo em vista que o objeto da presente investigação é justamente a suposta busca de favorecimento pessoal pelo Presidente da República a partir da indicação de cargos de direção na Polícia Federal dirigida ao noticiante Sérgio Fernando Moro, essa entrevista demonstra-se conveniente para concretização da opinio delicti do Parquet, devendo ser analisada, em momento oportuno, conjuntamente com os demais elementos colhidos no curso da investigação", afirmou, na ocasião, o vice-PGR, Humberto Jacques de Medeiros.
Os jornalista da Jovem Pam, reagem à decisão do ministro e dizem que essa atitude monocrática, foge do cenário jurídico e avança para o campo político.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Faça seu comentário e participe. Porém é importante se identificar.